quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Não querendo ser racista ou xenófoba, mas...

... há coisas que me revoltam...
Imaginem o filme:
Paciente de etnia cigana internado no serviço de Cuidados Intensivos de Cardiologia por complicações a uma cirurgia "bypass coronário". Estado clínico: muito grave. Prognóstico: nas mãos de Deus.
Entram trinta familiares seus pelo serviço dentro (max de visitas permitido: 2 pessoas), aos gritos, choros, prantos, picnic no corredor do serviço, criancinhas aos gritos, carrinhos de bebés, mulheres a discutirem em voz alta...
Ninguem no serviço ousou dizer basta... Avisei o supervisor de Enfermagem a explicar que a situação estava a ser insustentavel e segundo ele não seria possivel fazer nada dado que são pessoas extremamente violentas.
Ou seja... temos de fechar os olhos e tapar os ouvidos...
Durante a noite, a mulher do paciente e dois dos seus filhos pernoitaram na box onde se encontrava o paciente. O médico avisou que tal não seria possivel dado o tamanho da box e do bem estar do paciente e de outros pacientes. Um dos filhos ameaçou o médico que faria isto ou aquilo. O médico fechou os olhos e tapou os ouvidos.
No dia seguinte o paciente morre. Vários elementos de etnia cigana invadem o serviço com armas de fogo e armas brancas, apontando para o pessoal de Enfermagem e Médico que lá estava. Algumas mulheres vinham atrás desses elementos chamando-nos nomes impróprios, lançando "bruxedos" e de que apareceríamos mortos "en la calle".
Um familiar de um outro paciente viu todo o aparato e consigou avisar os seguranças e posteriormente a polícia.
A polícia pouco ou nada fez... quando chegou todo o grupo se tinha dispersado. Os cinco seguranças que possui a clínica nada poderiam fazer com aquele grupo de mais de vinte elementos.
Dado que estavamos num serviço de cuidados intensivos de cardiologia, dá para imaginar as taquicardias que assistiamos pelo monitor daqueles doze doentes que dentro das boxes assistiam a tudo aquilo.
Será que fecharemos os olhos e taparemos os ouvidos sempre que isto acontecer?
Senti medo. Todos que estávamos naquele serviço colapsamos de medo. Nem toda a gente teve uma pistola a apontar para a cabeça por uma coisa que não temos culpa. Nós, enfermeiros, médicos, auxiliares de enfermagem, não somos Deus. Não somos nós que ditamos quando e como irá falecer um paciente. E os ciganos também morrem.
Estamos lá para que dentro dos possìveis consigamos criar melhores cuidados
Como pode a sociedade permitir que este tipo de pessoas entrem num serviço de saúde (ou qualquer outro tipo de serviço) gerando uma onda de pânico, ameaçando todos a torto e a direito???
As regras não são para todos. Se o limte de visitas é de dois elementos, para neste caso os ciganos são quantos quiserem entrar.
Se não é possível passar a noite num serviço de cuidados intensivo junto ao doente, para neste caso os ciganos são para quantos quiserem lá dormir.
Se um paciente morre por uma complicação a uma cirurgia, para os ciganos significa armas, facas e navalhas apontadas ao pessoal do serviço.
PS: já contactei com famílias de etnia cigana que foram impecáveis e extremamente bem educadas.
já contactei com famìlias espanholas que eram extremante rudes... como sempre, não podemos generalizar.

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