quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Emprego em Portugal...? (II)

No mês de Setembro recebi uma chamada de uma Clínica desta vez a uns 25km de casa... Uma colega minha que trabalha lá deu o meu CV na esperança que me juntasse a ela... As condições não eram nada nada agradáveis...
De qualquer forma lá fui eu a entrevista "só para ver se o peixe era de qualidade"... Depois de uma hora e meia a espera do responsavel pelo recrutamento de pessoal, de já ter bufado umas quantas vezes, de ter recebido chamadas da minha mãe a perguntar como correu, eu já estava a entrar em desespero...
O responsavel abriu a porta, no meio de tantas formalidades tipicas de uma entrevista, tentou demonstrar-me de uma forma rápida e um bocado para o antipático que aquela clinica funcionava como uma família, que o salário era Y, que tinha o horario de W a Z...etc etc etc (eu pensava "porra de mesada que esta família me dá... nem X euros por mês a trabalhar tantas horas!") e ele falava, falava, falava... até que ele pára a conversa e pergunta, folheando um caderno que tinha retirado de uma gaveta: "Está interessada em trabalhar connosco?"

Olhei para ele e respondi "Não, obrigada!"

Ele olha para mim, fecha o caderno com alguma brusquidão e responde "Bem, há quem queira...".

Eu imediatamente pensei na malta que me dizia num jantar que tivemos no passado mes de Julho que preferia ganhar pouco em Portugal do que muito em Espanha porque um dia as coisas poderão melhorar em Portugal... E que, segundo eles, quem sempre trabalhou em Portugal teria prioridade.

Continuando a olhar para ele, disse "Eu sei".


Imediamente, abre a porta do gabinete convidando-me a sair dali e num tom para o antipatico diz-me "Boa sorte..."

Literalmente fui corrida...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Emprego em Portugal...?

Em Agosto, estava eu na praia a "trabalhar para o bronze" quando recebi uma chamada no meu telemóvel... Com a ajuda mais ou menos ortodoxas, consegui emprego num hospital no norte a uns 70km de Braga... A minha mãe ficou radiante com a notícia, mas eu apesar de ter ficado feliz, não fiquei 100% satisfeita... Pensar em tantos colegas meus com médias muito superiores as minhas que quase era capazes de matar alguém por ter ficado a trabalhar nesse hospital, para mim aceitar esta vaga seria pecado. Sou uma pessoa demasiado moralista e estupidamente altruista. Pensar nesta vaga fez-me lembrar automaticamente na minha grande amiga Rosa que estava na fase de pensar em casamento e que se tinha sacrificado para ir trabalhar para Madrid. Era uma pessoa bastante inteligente e bastante aplicada e provavelmente precisaria mais deste emprego que eu...

Na Quarta feira de manhã, peguei no meu económico Ax e fui eu até ao hospital X. A paisagem era fantástica, a estrada um bocado para o mediocre (estradas nacionais, claro), o ceu estava nublado... Em uma hora e meia cheguei ao destino, depois de várias paradas para perguntar aos peões a localização do hospital, bem como de tanto procurar local para estacionar.

Entrei no hospital, pedi para avisarem o Sr. W que eu já tinha chegado...

As condições eram as que previa... Contrato para cubrir uma baixa por maternidade, iria para o serviço de Medicina etc etc etc... Deram-me dois dias para pensar na proposta...

Voltei para Braga super indecisa... O salário não cubriria as despesas de gasóleo nem de desgaste do carro de fosse e viesse todos os dias... Mesmo que procurasse alojamento ficaria sem quase dinheiro nenhum...

Aceitar este emprego seria invejada mas não me sentiria em paz... não aceitar seria completamente parva e continuaria sem trabalho...

Passado dois dias voltei lá... Com um "peço imensa desculpa pelo incómodo causado" preferi não aceitar este emprego... disse que conhecia uma pessoa (Rosa) que ficaria super satisfeita em lá trabalhar mas o sr W disse que antes de chamar a minha amiga tinha uma lista de factores Cs como eu a espera de um contacto...

A minha mãe não me dirigiu a palavra quase 3 dias... Além de me chamar parva, chamou-me estupida, moralista e preguiçosa... Moralista nesta situação foi um grande grande ataque pessoal.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Hoje é o primeiro dia do resto das vossas vidas...

... Foi a frase que mais me marcou na missa de finalistas de Enfermagem fará em Julho um ano. Lá estavamos nós... todos com vontade de ingressar no mercado de trabalho... Uns até já tinham partida para Espanha tal era a vontade...

Preferi tirar umas férias com a família... Umas férias que duraram um mês e meio... E depois dessas férias comecei a frequentar um curso de Espanhol (que não valeu quase nada, diga-se de passagem)...

Mandei muitos poucos curriculos para Portugal... a realidade estava pintada numa tela negra com meia duzia de riscos finos com cores um pouco mais coloridas... E a vontade de trabalhar em Portugal também era miníma... Pelos meus calculos tanto valia trabalhar numa cidade espanhola como Valência em que se ganhava um pouco mais que em Portugal, apesar do alojamento ter um preço elevado como fazer as malas e trabalhar para o Algarve ou para Lisboa...